quarta-feira, 11 de novembro de 2015

"DO TEMPLÁRIO AO FUNERÁRIO NO ANTIGO EGITO: O EXEMPLO DO RITUAL DE ABERTURA DA BOCA."

*A autora deste trabalho, Maria Thereza david João,  é doutora em História Social pela USP, Mestre em História Social pela UFF, Membro do CEIA-UFF e do LAOP-USP.

Anais do XXVI Simpósio nacional de História - ANPUH  - SÃO PAULO, Julho 2011

Autora: Dra. Maria Thereza David João


"DO TEMPLÁRIO AO FUNERÁRIO NO ANTIGO EGITO: O EXEMPLO DO RITUAL DE ABERTURA DA BOCA."






De acordo com as palavras da autora: " Segundo os egípcios, a morte de uma pessoa cessa as suas faculdades físicas e mentais, as quais poderiam ser recuperadas através do desempenho de certos atos mágicos." (JOÃO, 2011, P.6)

E ainda: " Um exemplo é o Ritual de Abertura da Boca. Tal ritual não possui, em sua origem, ligação com as práticas funerárias. Destinava-se, antes, às estátuas régias e as estátuas divinas, afim de prover o sopro de vida que as animaria e permitiria, portanto, que se beneficiassem do culto a elas destinado. Assim o KA das estátuas poderia receber e se beneficiar, magicamente, das oferendas de alimentos que eram depositadas diariamente pelos sacerdotes. Os primeiros testemunhos que possuímos desse ritual remontam ao faraó Queóps, da IV dinastia. " (JOÃO, 2011, P.7)

Em sua obra, a autora cita também, as palavras do Dr. Ciro Flamarion Cardoso (APUD, JOÃO, 2011, P.7):

"1. Como todos os seres vivos - deuses, homens vivos, homens mortos enterrados segundo os ritos funerários, eventualmente mesmo animais mumificados - têm em comum a posse de um Ka ou "princípio do sustento", a manutenção da continuidade do ser depende, para todos eles, da alimentação:  refeições no caso dos seres humanos vivos, oferendas de comida e bebida feitas nos templos e nas capelas das tumbas no caso dos deuses e dos mortos." 

"A princípio, o ritual templário da Boca destinava-se a animar a estátua do deus, retirando-a de seu estado de inércia e despertando-a para a vida latente que carregava dentro de sí. Posteriormente, esse ritual estendeu-se às múmias dos faraós, e há uma série de documentos que denotam, inclusive, a confusão que muitas vezes eram feitas nos rituais ao recitar a "estátua" quando, o que se estava à frente, era a múmia. Um encantamento funerário retirado dos Textos dos Sarcófagos, por exemplo, retrata essa situação: "Realizar a abertura da boca para a estátua de N (era assim que todos os falecidos eram designados), na Casa do Ouro. E: "O  Ritual de Abertura da Boca era realizado segundo as orientações de um livreto." (JOÃO, 2011, P.8, Op. Cit.)













Nenhum comentário:

Postar um comentário