A importância da Perpetuação da Memória
Coletiva: O uso da Epigrafia nos monumentos e documentos egípcios, com o
intuito de eternizar acontecimentos memoráveis de sua História
Amanda
Martins Hutflesz
Resumo:
A pergunta que instigou a realização desta reflexão surgiu com o objetivo de
analisar brevemente o uso da epigrafia nos monumentos egípcios, como forma de
celebração para algum acontecimento importante para a sociedade da época,
visando uma perpetuação da memória coletiva, seja ela de um povo, de uma nação,
uma geração. As memórias das diversas vitórias, mas também das guerras, das
lutas históricas, que em geral, faziam parte intrínseca da vida dos nobres, dos
reis do local, estes, que pretendiam deixar escrito nas Estelas funerárias e
obeliscos, e até mesmo em pirâmides e sarcófagos, suas representações
figuradas. O que mais adiante, se passou a entender como um documento, uma
narrativa (isto já após a invenção da escrita) dos fatos em alguma rocha,
pedra, madeira, papel; enfim, um arquivo eternizado no tempo. E assim, a
inscrição do ocorrido, imortalizaria seus feitos, relembrando a outras
gerações, fatos importantes do passado de um povo, de uma civilização. Estariam
então, conservada uma memória e uma lembrança de algo, as pessoas que viveram em
outra época e realizaram um quê de grandioso, ou até mesmo, de malévolo, e que,
atualmente, não se tem mais o costume de fazer. Algum hábito que já não existe,
alguma tradição que não se utiliza mais. Enfim, se faz fundamental compreender
esta transformação, que o uso da epigrafia proporcionou para a Antiguidade, e
que influenciou a todos as gerações seguintes, se estendeu para a vida social
de um determinado período histórico mais antigo, e, hoje, não se poderia viver
sem fazer uso do processo de escrita, da epigrafia mais em específico.
Palavras-chave:
História, Memória Coletiva, Monumentos, Documentos, Egípcios, Epigrafia,
Celebração, Comemoração, Obeliscos, Vitórias, Imortalizar, Eternizar.
"1.2. A Memória e o Egito Antigo"
"Neste principiar de um artigo, é relevante dizer que, na
história de uma nação, de uma geração em específico, haverá uma grande
interdisciplinaridade ao se falar de Memória, mas em outra
perspectiva, muitas são as especificidades inerentes a este estudo, as nações e
suas diversas organizações sociais, religiosas, econômicas, suas crenças e
hábitos. Tentaremos elucidar alguns aspectos a seguir, sobre o tema proposto
para elaboração deste projeto, desejando analisar alguns aspectos relevantes da
antiga civilização egípcia.
Sendo
assim, através do trecho acima, conseguimos perceber a construção da memória
imortal para o povo do Egito. Para ser eterna, a pessoa tinha que ter seu nome
gravado em algum lugar fixo, imutável, estável, eterno. Somente viveria através
deste nome marcado em pedras ou papiros, livros, monumentos em geral. Sua
integridade estava ligada a perpetuação de seu nome no tempo. Ter este nome
apagado era, para os egípcios, a mesma situação de morrer e deixar de existir
no mundo. A pessoa sem o nome era um corpo sem vida, sem alma. Um nome sempre
lembrado significava a eternidade do morto, ainda que fosse só na lembrança de
alguém." (HUTFLESZ: 2016)
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