*Doutoranda em Religião Egípcia Antiga pela Ècole Pratique des Hautes Ètudes (Paris),
Mestre em Arqueologia Egípcia pela UFRJ, Pesquisadora dos laboratórios Seshat - UFRJ, e TAPHOS - USP
Artigo: REVER, Ano 15, N.1, jan/jun 2015
"EVITANDO A " SEGUNDA MORTE": A NECESSIDADE ALIMENTAR DO MORTO PARA MANTER-SE VIVO NO EGITO ANTIGO"
E, de acordo com as palavras da Dra. Cíntia Rolland:
"Para não nos atermos ao Cosmos e ao além, devemos também explicitar como esse povo via o ser humano em vida, isto é, composto por sete elementos, sendo quatro físicos e três espirituais. Esses elementos apresentam-se unidos quando a pessoa está em vida, e a morte nada mais é do que a separação dos mesmos. Dai a tentativa de conservação dessa união por meio de rituais e textos mágicos que visavam a manutenção das faculdades do morto, tais como a respiração, a utilização das pernas, a alimentação e a retomada de todas as atividades físicas possíveis em vida." E ainda: " Recusando a resignação, afirmando que a morte não é nada além de uma forma de vida, o morto tem como preocupação essencial evitar, a todo custo, a destruição a "segunda morte" inércia absoluta que proíbe toda a mobilidade em direção à outra realidade, que impede a continuação do que era feito em vida, e por conseguinte aniquila/mata o morto uma segunda vez." (...)