segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

"A FUNÇÃO DO AMULETO CORDIFORME NAS REPRESENTAÇÕES FUNERÁRIAS DO RITUAL DE PURIFICAÇÃO NO ANTIGO EGITO"

"A FUNÇÃO DO AMULETO CORDIFORME NAS REPRESENTAÇÕESNFUNERÁRIAS DO RITUAL DE PURIFICAÇÃO NO ANTIGO EGITO"








AUTOR: ROGÉRIO FERREIRA DE SOUZA - LISBOA - 2009


REVISTA ARTIS, N. 7, DEZEMBRO, 2009, INSTITUTO DE HISTÓRIA DA ARTE DA FACULDADE DE LETRAS DE LISBOA

"No âmbito dos rituais funerários, a elevação da múmia nos montes de areia, procurava reanimar o defunto, identificando-o com o sol. Este ritual era celebrado sobre a múmia, a qual era colocada à entrada do túmulo, de modo a ser banhada pelos raios solares. A múmia era voltada para o sul, numa altura do dia em que o sol já se erguia bem alto no céu. Enquanto era banhada pelos raios solares, a múmia também era purificada com a lustração que simbolizava a água do Nun, o oceano primordial que purificava o deus sol, antes do seu despontar no horizonte.  De modo idêntico à luz solar, a água da lustração mergulhava o defunto no tempo cíclico e permitia o seu rejuvenescimento através do regresso do tempo primevo, redimindo-o da morte e infundindo uma vida nova graças ao seu poder divino e santo. (...) Deste modo, para além do significado regenerador, esta cerimônia conferia um estatuto divino e assinalava o despertar do defunto para seguir o percurso do sol no mundo terreno. O imaginário da criação do mundo, assimilava-se deste modo, ao início de um novo dia, e à possibilidade de o defunto poder acompanhar o percurso do sol na barca diurna de Re. A lustração solar, assegurava a imortalidade na medida que garantia a possibilidade do defunto poder sair para o dia." 

(SOUSA, 2009: pgs.35-37)




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