AUTORA: ELIANA LABORINHO
"As técnicas de mumificação no Egipto antigo
Este artigo possui como principal objectivo a definição das técnicas associadas à
mumificação realizada no Egipto antigo. Esta prática insere-se num conjunto mais
amplo de procedimentos necessários para alcançar a tão almejada eternidade após a
morte, constituindo uma mera etapa desse complexo processo. A religião funerária
egípcia concebia a inviolabilidade do corpo como elemento primordial no acesso à eternidade,
pelo que foi necessário desenvolver um método que permitisse a sua preserva-
ção para Além da morte. Mediante os testemunhos de fontes clássicas e coevas e da
análise actual realizada às múmias que persistiram foi possível reconstruir as várias etapas
deste processo. A par da mumificação humana os egípcios antigos praticavam a
mumificação de alguns animais.
A antropologia egípcia concebia o ser humano como um complexo composto de
elementos indissociáveis entre si, designados como Kheperu, ou seja, “manifestações”.
Estes elementos correspondem a aspectos materiais e imateriais da existência humana -
o corpo físico, o coração, o ka, o ba, o nome e a sombra – estabelecidos desde a primeira
vez, isto é, no momento da criação. A morte conduzia a um novo estado biológico,
passando o indivíduo a ser designado como akh, ou “transfigurado”. Este novo estado é
caracterizado pela separação dos vários elementos que constituem o indivíduo, sendo
cada um capaz de manter uma existência independente na eternidade. " (LABORINHO, 2015: p.01)
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